O valor do sofrimento

23 de maio de 2020

“No mundo do JISSO não há sofrimento, mas no mundo fenomênico ele existe e tem o seu valor.
O sofrimento surge quando o nosso modo de viver não está em conformidade com o nosso “Jisso”. Quando acontece algo que nos causa sofrimento, precisamos examinar o nosso modo de vida, se ela está em conformidade com as lei da natureza.  A água por exemplo é indispensável para nós. Sem ela não poderíamos viver. É a água que alivia a nossa sede, lava as nossas roupas, mantém limpa as nossas moradias, irriga as nossas terras. Ora como ligeiro riachos, ora formando lagos tranquilos, ora fluindo serenamente como grandes rios, as águas vão se reunir ao grande mar. Lá, elas abrigam incontável número de peixes e mariscos que servem de alimentos. No entanto, ela pode causar danos enormes. Se ocorrer o rompimento de uma represa, elas arrastarão casas, inundando lavouras. Muitas vidas poderão se perder, e serão enormes os danos materiais. Refletindo sobre os benefícios e os prejuízos que ela nos causa, chegamos a conclusão que ” a água em si não representa nem o BEM, nem o MAL”. Quando estamos em posição “certa” em relação a eles, gozamos os seus benefícios, e quando estamos em “posição errada”, sofremos danos físicos e materiais. Então porque a água que nos dá tanto benefícios nos causa, às vezes, tão grande sofrimento? Nós não podemos mudar a natureza da água, nem os princípios que a regem, é que às vezes, nós nos colocamos numa “posição” contrária aos princípios que regem a água.
Conhecendo bem esses princípios, e colocando-nos na “posição” de poder usá-los sabiamente, eles servirão a nós, como fiéis criados. Isto se aplica a todas as “leis”. Se estamos sofrendo de uma forma ou outra, isto é sinal de que o nosso modo de viver está em desacordo com algum “princípio”. O valor do sofrimento está no fato de que ele nos leva a refletir sobre nossas atitudes.
Deus não é um Ser parcial que dá felicidade a alguns que ama e dá infelicidades a outros que não ama. Se estamos sofrendo por alguma coisa, a culpa não é de Deus. A nossa atitude mental é que não está em conformidade com as “leis mentais”.
O sofrimento é como um “sinal vermelho” que garante a nossa segurança. Ela surge quando a nossa mente começa a se inclinar para o lado errado, para advertir-nos de que, se continuarmos assim, acabaremos estragando totalmente a nossa vida. Se continuarmos avançando na direção errada, acabaremos destruindo a nós próprios, contraindo alguma doença ou envolvendo-nos em acidentes.
Para tornarmo-nos realmente livres dos sofrimentos físicos e mentais, precisamos anular o nosso “eu”. Quando anulamos o nosso “eu”, Deus se manifesta em nós, todas as pessoas deixam de nos parecer simples estranhos, e tornam-se nossos “irmãos em Deus”. Então, nós não poderemos deixar de amar todas as pessoas e todas as coisas. E amando todas as pessoas e todas as coisas, só podemos sentir felicidades.
Deus ama todas as pessoas, por isso Ele é sempre feliz. O maior santo é aquele que consegue amar imparcialmente o maior número de pessoas. Como já disse, o “sofrimento” é o sinal indicativo que aponta os erros das nossas atitudes mentais e do nosso modo de viver. Portanto, sempre que ele surgir, devemos fazer um sério exame de consciência e corrigir nossos erros. 

…”

Referência bibliográfica
O livro dos jovens,  pág. 163, Masaharu Taniguchi

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