Cada um existe em função do todo

8 de julho de 2020

“Vamos supor que cada um de nós seja uma peça de engrenagem. Se uma peça de engrenagem de um relógio pensasse “movendo-me incessantemente, sofrerei desgaste, vou tratar de me preservar, para não me desgastar” e resolvesse parar, ocorreria atrito com outras peças, e aí é que ela sofreria, de fato, um sério desgaste. O mesmo acontece com o ser humano. Se estamos tolhidos pelas sensação de “isolamento material” entre nós e outros, proveniente da idéia de delimitar o campo de atuação da “peça de engrenagem”, que se chama “eu”, precisamos abandonar essa idéia causadora do tolhimento. 
Precisamos nos conscientizar de que “não existe peça de engrenagem denominada eu“. Devemos compreender que, embora pareça existir a peça de engrenagem chamada “eu”, ela não existe por si só. O que existe é o “todo”, que, no exemplo do relógio, corresponde ao mecanismo geral. O “eu” só existe em função do “todo”. O fabricante de relógios não fabrica peças de engrenagem para fazê-las funcionar isoladamente, e sim como parte do mecanismo todo.
Cada um de nós é comparável a uma peça de engrenagem de um relógio. Precisamos abandonar a idéia de que “cada indivíduo existe independentemente dos outros e tem o direito de viver apenas em função de si mesmo”, devemos abandonar o pensamento egocêntrico de querer viver apenas em função do nosso “eu”, que, na verdade não existe, de tentar traçar limite entre nós e os outros, e compreender que a “peça da engrenagem, por si só, é como se não existisse, existe unicamente o relógio, como um todo”, ou seja, compreender que “cada um existe em função do todo”.
Comparando cada ser humano à peça de engrenagem de um relógio, podemos dizer que, na maioria dos casos, reconhecemos apenas a existência de “peças” e esquecemos a existência do “relógio”. Isto é, reconhecemos nossa existência como indivíduos, mas esquecemo-nos da existência do universo, da nação e da humanidade, que é o “todo”. Por isso, tendemos a nos preocupar somente conosco mesmos. Isso é ilusão. Devemos deixar de nos preocupar apenas com as “peças de engrenagem”, ou seja, indivíduos, conscientizando-nos de que as “peças só existem em função do aparelho todo”, isto é, “os indivíduos existem em função do universo, da nação e da humanidade. que é o todo”.
Devemos executar plenamente nossas respectivas funções no “mecanismo do relógio como um todo”, sem criar atritos. Assim o “relógio” funciona perfeitamente, e as “peças”, por sua vez, não se desgastam e têm longa vida. Devemos pois, compreender que não existe o “eu fenomênico”, um indivíduo independente do todo, e sim, o “Eu verdadeiro” que é parte do universo infinito.

…”

Referência bibliográfica
A Verdade da Vida, volume 33, pág 57, Masaharu Taniguchi

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3 comentários

  1. Bom dia, mto obgda!!
    O Mestre já diz em suas escrituras: ” Eu e o outro somos um”, então dessa forma devemos viver, em harmonia com todas as coisas do céu e da terra. Embora, seja um pouco complicado para algumas pessoas, mas amar o outro como a si mesmo é a grande lição para q td em nossa vida transcorre da melhor maneira possível. No mundo da imagem verdadeira somos todos PERFEITOS e MARAVILHOSOS.

    Mto obgda.
    Bom dia!!

  2. Só uma observação: na linha 21 onde se lê “dominada eu” deva ser “denominada eu” o correto, apenas essa observação pois mudaria o sentido, muito obrigado, referências.

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