O reexame do “esforço”
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“Surge, então uma pergunta: “À medida que a nossa mente vai se purificando, vamos nos tornando pessoas de caráter magnânimo, capazes de aceitar até mesmo os piores malfeitores?” A resposta é NÃO. Da mesma forma que um talentoso professor de arte nota os defeitos em um pintura, as pessoas de “atmosfera limpa” são extremamente sensíveis às “atmosferas impuras” e sentem uma forte aversão a elas. Eis porque, em alguns casos, as pessoas de caráter puro e elevado mostram-se extremamente insociáveis, e acabam se tornando pessoas solitárias, altivas e severas.
Podemos citar como exemplo o grande escritor soviético Tolstoi: ele possuía um profundo senso humanitário, e era considerado o “pai da humanidade”, por se esforçar em amar toda a humanidade e propagar a ideologia da “não-resistência”, no entanto, em seu próprio lar ele não vivia em harmonia com sua mulher. Por que será que um homem de tão grande caráter como Tolstoi, possuidor de espírito nobre e elevado, não conseguia viver em harmonia em seu próprio lar? Provavelmente porque a atmosfera que emanava da sua mulher não se harmonizava, de forma alguma, como a atmosfera que emanava dele mesmo. Não obstante o seu grande caráter, Tolstoi ainda não se elevara espiritualmente até o nível que lhe permitisse ver a Imagem Verdadeira das pessoas.
Uma pessoa que capta apenas as “vibrações mentais superficiais”, ou “atmosferas superficiais” dos outros, não consegue suportar quando essas “vibrações” lhe são desagradáveis. Parece-me que foi isso que aconteceu com Tolstoi. Essa tendência é bastante comum entre as pessoas idealistas. Existem muitos idealistas que, apesar de apregoarem “amor à humanidade”, não são capazes de amar verdadeiramente nem mesmo a sua própria esposa. Isto acontece porque eles só vêem apenas o aspecto externo (ou a falsa imagem) das pessoas e não conseguem enxergar a sua Imagem Verdadeira. Em outras palavras, os “olhos da alma”, que deveriam olhar a Imagem Verdadeira das pessoas e coisas, estão impedidos de ver devido à interferência das “ondas mentais superficiais”.
Há muitos homens que, como Tolstoi, conseguem realmente sentir amor à humanidade e desejo de fazer alguma coisa para salvá-la no nível ideológico, mas não são capazes de amar verdadeiramente as pessoas mais próximas, com as quais convivem. Em muitos casos, esses homens irritam-se facilmente com suas próprias esposas, e não conseguem ser carinhosos com elas. Por que isto acontece? É que eles sentem antipatia pela “atmosfera” que emana delas.
Quando uma pessoa alcança um elevado grau de aprimoramento espiritual, ela consegue ver a Imagem Verdadeira, transcendendo qualquer aparência, qualquer “atmosfera”. Consegue portanto, amar realmente todas as pessoas, amar realmente seu cônjuge, por mais imperfeitas que sejam as suas aparências.
…”
Referência bibliográfica
A Verdade da Vida, volume 29, pág 165, Masaharu Taniguchi
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